As discussões sobre como acabar ou no mínimo controlar a
violência passam quase sempre por dois campos, estando de uma lado o
aprimoramento das políticas sociais e do outro a intensificação do policiamento
e endurecimento das penalidades aplicadas.
Bem, pensando na sociedade como se fosse uma criança em
desenvolvimento e lembrando que no caso da sociedade brasileira estamos muito
próximos disso, pois ainda estamos dando os primeiros passos no sentido de uma
verdadeira estrutura democrática e republicana, vamos pensar metaforicamente e
em paralelo analisar de forma objetiva todas as demandas necessárias para
alcançarmos relativa paz.
Quem cria melhor? A mãe dura, que cobra comprometimento dos
filhos e que pune severamente quando os compromissos não são adequadamente
cumpridos e a regras devidamente seguidas, ou seria a mãe carinhosa, que trata
docemente, oferece todos os recursos porém nunca determina nem mesmo discute
limites, ignorando que dessa forma a possibilidade de estabelecer penalidades
para os erros cometidos intencionalmente.
Pessoalmente, acredito que a mãe ideal seria aquela que
encontra o ponto intermediário, o caminho do meio, que consegue mediar a oferta
de recursos com a cobrança comedida e as punições devidamente aplicadas.
Essa metáfora ajuda-nos muito bem a compreender a maioria
das discussões atualmente desenvolvidas no sentido de encontrar o melhor e mais
viável caminho no sentido do combate à violência e da promoção da paz.
Se por um lado nossa sociedade geme com dores de parto em
função do descaso imposto à maioria da população que clama por serviços
públicos de qualidade nos campos da saúde, educação, lazer, cultura e
segurança, somos profundamente tolerantes com a criminalidade, tornando-nos
permissivos em todos os níveis, desde o adolescente infrator até o político
corrupto.
Para controlarmos a criminalidade de forma eficiente
precisamos de uma imediata intervenção no campo da Segurança Pública,
aumentando o policiamento ostensivo, melhorando os salários dos policiais e
oferecendo-lhes melhores condições de trabalho, como viaturas, armamentos e
treinamentos mais sofisticados.
Imediatamente também precisamos melhorar e muito os serviços
relacionados ao desenvolvimento social direto, ampliando e aprimorando a
educação pública, com mais recursos e melhores salários, costurando de forma
eficiente as relações entre educação escolar, práticas esportivas, atividades
de lazer, culturais e assistência social de uma forma mais ampla.
Em um prazo mais curto, a segurança pública mais eficiente
pode sem dúvida alguma inibir os atos criminosos e pensando em médio e longo
prazo, o desenvolvimento social mais eficiente certamente formará pessoas com
mais perspectivas e menos inclinadas aos atos criminosos.
Pensando em todas essas demandas, não podemos ignorar a
necessidade de um pleno desenvolvimento econômico, eficaz e sustentável, pois
dentro dos moldes sociais aos quais nos adequamos o capital torna-se
indispensável para que se possa fazer os investimentos fundamentais, que
ofereçam a infraestrutura para uma política de desenvolvimento realmente
salutar.
Verdadeiramente o Brasil está engatinhando , quando o objetivo dessa criança está , no momento ,difício de ser alcansado , ou mesmo , escondido por um pano de ignorância e aceitação .
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